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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Crônica de um fracasso ambiental

Reunião para pôr fim à caça de baleias termina sem acordo; só pressão da opinião pública pode resolver impasse


28 de julho de 2010 - 0h 00 - Karina Ninni - O Estado de S.Paulo

Sete meses depois da Conferência do Clima de Copenhague, outra reunião global para tratar de questões ambientais terminou em fracasso. No fim do mês passado, 74 dos 88 países membros da Comissão Internacional da Baleia (CIB) reuniram-se em Agadir, no Marrocos, para tentar pôr um fim à caça dos mamíferos. Apesar da ampla maioria, foram derrotados por um grupo encabeçado por Japão, Noruega e Islândia. Agora, embora o fracasso de Agadir tenha tido pouca repercussão, dez entre dez especialistas acreditam que só a opinião pública mundial pode forçar uma solução para o impasse: a hora é de pressão política e econômica internacional.

Veja também:  Raio-x da baleia-jubarte

Calcula-se que todo ano sejam caçadas no planeta cerca de 1.900 baleias, de várias espécies. Os grandes responsáveis por isso são baleeiros japoneses, noruegueses e islandeses. O curioso é que a prática está banida por uma moratória instituída pela CIB em 1986. Os países que a mantêm se valem de um artifício: a caça para fins científicos é permitida pela Convenção Internacional para Regulação da Atividade Baleeira, de 1946.

Vários países já denunciaram o programa de "caça científica" do Japão como mera fachada para a atividade baleeira comercial. Apesar disso, os japoneses continuam a praticá-la, até mesmo no Santuário Baleeiro do Oceano Austral. Por conta disso, a Austrália acionou o país na Corte Internacional de Haia.

"Os países conservacionistas têm de fazer pressão política sobre o Japão. O país será sede da Convenção de Diversidade Biológica em outubro e se comprometeu com a biodiversidade global. O mundo tem de fazer o Japão perceber que não pode apoiar a biodiversidade de um lado e caçar baleias de outro", afirma Susan Lieberman, dirigente do Programação de Conservação de Baleias da fundação americana Pew Charitable Trusts. "Os japoneses podem estar legalmente aptos a fazer a caça científica, mas isso não significa que seja correto, ou realmente científico. Eles deveriam parar com todo tipo de caça, principalmente no Santuário Austral."

Além de manter seu programa "científico", o Japão é o principal destino dos produtos derivados das baleias caçadas pela Islândia. Em 2009, a Islândia exportou 372 toneladas de carne de baleia da espécie fin, um aumento substancial em relação às 80 toneladas de 2008, o que rendeu ao país US$ 6,4 milhões.

A parceria entre islandeses e japoneses, no entanto, corre risco. A Islândia está sendo pressionada pelo Parlamento Europeu a escolher entre a vaga que pleiteia na União Europeia e a manutenção da caça às baleias.

"A resolução do Parlamento deixou claro que a Islândia não poderá negociar o acesso à Comunidade Europeia apenas com base no compromisso de reduzir o número de baleias caçadas", diz Arni Finnsson, presidente da Associação para a Preservação da Natureza na Islândia. "Está claro que a caça às baleias e a entrada para a União Europeia não são temas conciliáveis."

Retrocesso. Como a CIB está longe do status do Parlamento Europeu e não tem poder de sanção, os países caçadores saíram de Agadir com o arpão e o queijo na mão. "Se a CIB pudesse punir, essas nações não fariam parte dela", diz Ana Paula Prates, gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros do Ministério do Meio Ambiente e integrante da delegação brasileira na CIB.

Ana afirma que, apesar do fracasso do encontro no Marrocos, o resultado poderia ter sido ainda pior. "Acabou sendo menos ruim não aceitar a proposta que estava na mesa. A ideia no início era manter a moratória, mas regularizar a caça nos três países que ainda insistem nela, estipulando cotas de acordo com as bases do Comitê Científico da CIB", explica Ana Paula. "Em contrapartida, queríamos que o Japão deixasse de caçar no Santuário e pretendíamos controlar suas cotas. Como eles não abriram mão, desistimos."

A estratégia da CIB diante do impasse foi adiar as discussões sobre a caça. Mas a comissão já começa a pagar um preço pela tolerância com a atividade. Países que sempre respeitaram a moratória, como a Coreia, manifestaram oficialmente em Agadir interesse na caça comercial.

Coincidência ou não, a Coreia registra altos índices de "caça acidental" ? alega que os seus pesqueiros acabam capturando baleias com redes usadas para pegar peixes. Aliás, o número de restaurantes que servem carne de baleia na Coreia já chega a cem, igual ao da Islândia

"O risco era esse: não conseguir um acordo e deixar para os outros países o recado de que tudo pode acontecer"", afirma Susan, citando China e Rússia como potenciais problemas. Os russos, por exemplo, já foram grandes caçadores. Abateram 4.046 jubartes num único ano, 1960, nas Ilhas Geórgias do Sul.

A reunião ocorreu em meio a denúncias de que delegados japoneses compraram votos de países-ilha no Pacífico e de nações africanas ? que já tinham sido feitas no documentário The Cove, vencedor do Oscar deste ano. Apesar de comentados nos bastidores, os rumores não foram discutidos no plenário.

"O Japão já admitiu que paga a outras nações para que participem de conferências", diz Susan. "Não há nada errado nisso, contanto que não seja uma forma de barganha. Mas alguns países acusados de receber dinheiro em troca de votos abriram processo de investigação interna."

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ética para as empresas que financiam o processo eleitoral

Por: Thays Prado - Planeta Sustentável - 26/07/2010


O Instituto Ethos e a Transparência Internacional lançaram a cartilha Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral - edição 2010. Ao contrário de outros países cujas eleições são, majoritariamente, financiadas por verbas públicas, no Brasil, o financiamento privado pode chegar a 70% de algumas campanhas. E é justamente nesse fato que se esconde a raiz da corrupção brasileira


Nas eleições estaduais e federais de 2006 e nas municipais de 2008, foram gastos, ao todo, cerca de R$4,6 bilhões. Esse é o valor declarado pelos candidatos e seus comitês financeiros. Do total, cerca de R$800 milhões são provenientes de recursos públicos, repassados pelo Fundo Partidário, o restante vem do setor privado brasileiro.

A realidade é bem diferente em países como Canadá, México, Estados Unidos, Chile e Argentina, em que o financiamento público é de, pelo menos, 25%. Há países em que essa porcentagem chega a 75%. Na Colômbia, desde 2005, é lei que os recursos públicos representem 80% do valor gasto nas campanhas eleitorais. Já no Brasil, as chamadas “campanhas viáveis” chegam a ter 70% de seus recursos provenientes de doações de empresas.

Segundo a cartilha "Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral - edição 2010”, lançada, na última sexta-feira, pelo Instituto Ethos, em parceria com a Transparência Internacional, das 1000 maiores empresas do país, 486 financiam candidatos a cargos públicos e a quantidade de dinheiro doado por cada uma delas varia de R$6 milhões a R$23 milhões. As cem últimas empresas desse grupo contribuem com quantias em torno de R$20 mil. Essa pode ser uma das raízes da corrupção no país.

“As empresas são as maiores responsáveis pelo quadro político que vai surgir, pois elas pagam as campanhas e tem um poder enorme sobre os candidatos eleitos", observa o presidente do Ethos, Oded Grajew. Isso quer dizer que, apesar de ilegal, muitas empresas doam recursos e recebem, em troca, benefícios de seus políticos, o que pode incluir desde privilégios em licitações públicas a resultados favoráveis na votação de certas leis. Atualmente, os setores que mais financiam as campanhas eleitorais são:

- Indústria da Construção Civil (25,4%);
- Bens de Consumo (12,4%);
- Siderurgia e Metalurgia (12,1%) e
- Bancos (8,3%).

“Ao financiar uma campanha política, a empresa precisa levar em conta o interesse público e não seu interesse particular", afirma Oded. Por isso, desde 2002, o Instituto Ethos e a Transparência Internacional lançam, a cada dois anos, alguns meses antes das eleições, a cartilha para orientar as empresas sobre como agir eticamente no processo eleitoral. O material traz uma série de princípios que contemplam não apenas o cumprimento da legislação do país, mas posturas que vão além da lei e compõem o amplo conceito de “responsabilidade social empresarial".

Qualquer um pode baixar o documento gratuitamente no site do Instituto Ethos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dicas Sustentáveis - Você também pode colaborar! É simples!

WALMART - Sustentabilidade : 4 de junho de 2010

Economize água! Ela é a fonte da vida:
• Diminua o tempo do banho;
• Fique alerta para os vazamentos;
• Lave a louça com a torneira fechada e só abra para o enxágue;
• Reutilize a água que sai da máquina de lavar para a descarga ou para lavar o carro e o quintal;
• Feche a torneira ao escovar os dentes e ao fazer a barba.

Poupe energia:
• Nem toda roupa precisa ser passada a ferro. Tecidos que não amassam muito podem ser guardados sem passar: basta pendurar as roupas bem esticadas no varal na hora de secar;
• Regule o chuveiro na posição verão (menos quente) e diminua seu tempo no banho;
• Desligue os aparelhos eletrônicos da tomada e a luz dos ambientes vazios;
• Use lâmpadas econômicas, você pode economizar de 60% até 80% no consumo;
• Deixe a luz apagada quando não estiver no ambiente;
• Evite abrir muitas vezes a porta da geladeira.

Manipule com consciência os resíduos:
• Separe o lixo: em uma lixeira, coloque os resíduos “secos” (vidro, plástico, alumínio, papel, etc.). Em outra, deposite o lixo “úmido” (restos de comida, papel higiênico, etc.);
• Utilize integralmente os alimentos – muitas cascas, folhas e talos de legumes, frutas e verduras são ricos em nutrientes, podendo ser usadas em sucos e vitaminas, por exemplo;
• Doe o que pode ser aproveitado por outra pessoa;
• Não jogue óleo na pia ou no ralo: um litro de óleo polui 20 mil litros de água. Descarte corretamente o seu óleo.
• Não jogue lixo no chão: ele entope bueiros, atraindo ratos, insetos e provocando enchentes.

Seja responsável em suas compras:
• Faça uma planilha com os seus ganhos (seu salário) e gastos (contas, alimentação, lazer, etc.) para controlá-los melhor. Não gaste mais do que você ganha!
• Opte por produtos que não viajam muito e que você consiga saber como são produzidos;
• Prefira mercadorias que são mais compactas, produtos com refil ou que têm poucas embalagens;
• Pense bem antes de comprar: você realmente precisa ter aquele celular caro de última geração?
• Jamais compre produtos piratas – cópias ilegais de DVDs, tênis ou artigos eletrônicos, por exemplo, é crime!

Mobilize!
• Convide amigos, vizinhos e sua família a se engajarem nas causas que você acredita. Forme uma corrente do bem!
• Dê o exemplo: seja um cidadão consciente, respeitando a sua cidade e o meio ambiente;
• Compartilhe o que você aprendeu;
• Vote com consciência: analise bem as propostas de todos os candidatos.